quarta-feira, fevereiro 17, 2010

26

haikai

Inspirei-me lendo os seus haikais, cuja leitura esteve presente durante a minha escrita, deixando rasto da expressão, rosto ou feição, dos seus versos. O que me chamou a atenção e me fez deter, foi seu último verso. Curioso, são pequenos aspectos a dar asas a novos projectos. Onde li:
Plenos de encanto
Os sapos nas lagoas
Cantam pras chuvas.
detive-me no “pras” e fui às “compras” da minha própria experiência que, tendo Passado, passava no Presente nada presente. Eu teria escrito “pelas”, introduziria uma “especi-ficação” menos precisa, “não longe” da natureza expressiva do haikai. Onde leio: parece aparece o aparente rente ao dizer em aliterações de suspensas acções de quem sente estes breves poemas de plena poesia. Quanto ao pelo de "pelas", acaricio a ideia: "cantam pelas chuvas", cantam durante as chuvas, chamam as chuvas, aclamam... Tudo em aberto, como com "pras" afinal.
Não o exponho, nem me exponho a dar uma sugestão, falei com o coração! Cumprimentos (ao escrever-lhe, escrevi-o… “link”)