terça-feira, janeiro 18, 2005

sem teto

As palavras tocam, se as palavras são o teu corpo e toco nas tuas palavras, toco-te. Mas, é algo de muito íntimo, talvez até demais, tocar palavras alheias. Só que não gosto de deixar as palavras “alheias” quando por elas me deixo tocar...

Eu vou falar duma coisa que, a ser verdade, não é mentira. Eu gosto de ser fiel, mas não fiel de armazém, nem fiel de balança. Exactamente, fiel como se pensa quererá dizer uma pessoa que se diz fiel. No entanto nem todos os gostos satisfazemos por igual, muito menos da mesma maneira. Assim sou em relação à fidelidade, fiel a esse gosto, gosto.

Disse que isto é literatura..., porque é..., litera(l al)tura dum prazer da escrita que nasce no prazer de escrever e tudo suplanta! Eu estou a escrever para ti, para comunicar contigo, mas já não..., estou a falar com as palavras e..., por aqui ia... quando a fidelidade era tema. Agora temo já não seja, pragmático:
vou jantar. E, mais logo..., acabo por usar isto como um texto, um te(x)to de céu, uma abertura... Nuvem húmida passa, um beijo.