domingo, março 13, 2005

de vez 1

De vez em quando faço um livro de poemas, é como uma descarga de consciência! Uso estas palavras que me fazem pensar que mais que fazer uma obra, vou ao encontro da necessidade de obrar. Deste modo o livro é excretado, com o carinho e prazer com que se faz uma necessidade. O prazer tudo bem, o carinho: alto lá?...
Bom é uma necessidade mais ou menos laboriosa, estilo prisão de ventre ou coisa parecida, nada que conheça muito bem. Tudo o que faço peço à intuição, num apelo consciente à facilidade. Rebuscar, deduzir, interpretar, tudo bem... É isto, procurar o caminho mais próximo para atingir um fim.
Geralmente não procuro fazer livros com muitos poemas, gostando de procurar no conjunto um todo: a possibilidade de ler uma poesia, procurando nos poemas um poema. Isso acontece fruto duma estratégia simples que desde sempre tenho usado, procurar uma unidade temporal o mais curta possível, onde desejo a integridade orgânica.
Esta ideia duma resposta física, simultaneamente química, assim como surge, impõe-se! Acompanhá-la, mais não é que deixá-la acontecer. Por isso começo a escrever a introdução a este livro: “Poemas Nus”. Título também ele pertençamente despido, mero desejo, este escrever poemas nus.
Acreditemos, como uma fé possível e crível, haver a procura duma linguagem despojada sem grandes floreados: procurando verdades e essências necessárias à vida. Ora é aqui que se põe a questão: equacionar a vida. Qual o tipo de vida... apresentada, representada... no livro?
Posto perante a possibilidade duma escolha, escolheria apresentada: presente, sem encenação. Mas nem no mais simples poema acredito nesta visão primitiva, complexa. A simplicidade é a experiência duma técnica depurada, impossível possui-la, e, desprezá-la, seria como não a conhecer. Não se pode ignorar o conhecimento, onde ele é tudo! Quase tudo...

«Os comentários, as leituras, sempre enriquecem "a leitura"...
Ler os poemas que trouxe, em "curto poemas", depois de te ler, talvez torne o particular mais geral ou vice-versa?... Nada se exclui e tudo inclui, tudo o que pode ser sentido como sentido: quase tudo... e o “quase” é metódico...»

1 Comments:

Blogger Cill said...

Meu tão querido amigo

Um rpazer passear por suas idéias, tão originais e familiares ao mesmo tempo... Há tanto de voce em cada trecho que quase, apenas quase, matei a saudade de ler seus textos.
Obrigada por permitir que eu possa transitar neste seu novo entretendimento.
Adorei!

Abraços

Cill

segunda-feira, fevereiro 22, 2010 3:34:00 da manhã  

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