segunda-feira, março 28, 2005

Fala

Este podia ser Poemas Nus 3, será “Fala”. Por alguns motivos que passam a ser a sua razão/divisão de argumentos. Desde logo se o anterior podia ter sido “Falo”, este seria o seu feminino ou será. Também um parênteses, comentário no poema “fala”: (este terá sido o espelho/ do poema “confissão”/ de à poucos dias atrás). O terceiro e último argumento deixo-o por conta do momento, o livro ainda está em trânsito.
Estou em férias e sem paciência de acabar a paginação do “Falo” que seria Poemas Nus 2, sendo a ideia dum livro a trazer-me à ideia um novo livro. Acabei de escrever “despertar_es”, mais um poema. Simples, o registo dum despertar, o de à pouco, há pouco. O haver acidental das coisas acontecendo, sendo enumeradas, contabilizando a existência.
São assim os poemas, são assim os livros de poemas, existência cuja existência passa por uma maturação, como todos os frutos. O que posso dizer dum livro é o que posso dizer dum poema, escrevê-lo, fazê-lo, dizê-lo... Todas as possibilidades surgem a partir daí: este “partir” é o argumento de todos os argumentos, a divisão premonitória do primordial!!
É preciso acordar para acordar, viver para viver, mas não há viver sem morrer, nem acordar sem adormecer. Por aqui também “haveria de haver” uma forma de dizer só existir uma coisa quando podemos passar à seguinte, daqui a necessidade de acabar uma coisa para passar a outra, condição necessária que pode não ser suficiente.
Ainda anda a faltar Poemas Nus 1 e depois o zero e o infinito deitado na horizontal, 8 distorcido como uma cadeia de DNA. É preciso é calma, mas necessário é arrancar-lhe a alma: com (c)alma! Tudo é do (c)!..., o “falo”. Ora,
explorar a ideia da fala para este livro... um poema centrado sobre a imagem, imagem no espelho... Do como a imagem no espelho é instantânea, pertence ao instante, fica no instante, mas passa no instante. Era, é, por esta imagem que quis deixar nesta introdução que é e ainda não é e será: a fala desse/nesse espelho do poema “fala”.