segunda-feira, fevereiro 14, 2005

bicho

Amor,
A literatura torna literal o que nunca é literal, isto não acontece fruto dum jogo de palavras: disposição de letras ou construção das frases. Isto acontece porque na literatura a realidade é imaginação e a imaginação é real, é a sua construção!
Esta ideia herdei-a do Ramos Rosa que ainda não deixou a herança que já nos vai dando a herdar, sendo magnânimo. Voltando ao essencial, está dito. Agora é falar contigo pelo prazer de falar, é onde a literatura mais se parece com uma realidade real, sem construção do "real".
A literatura tem esta particularidade, duplica as palavras e mesmo multiplica-as: o real imaginário, o real utilitário, o real ao contrário, o real dos reais, o real dos reis, o real irrealizado, o irreal. Isto não resulta do fenómeno literário e sim da própria linguagem, do seu uso. Claro, mas é potencializado de forma exponencial pela literatura.
Estive à espera de me alargar, cá havia de chegar: o amor e a literatura! Amo-te porque nem preciso de pensar em ti como amiga, a base do nosso amor é o desejo, a volúpia, a luxúria! O luxo de todas as palavras e, mais simples, de forma rasteira, a necessidade como se dela não precisássemos e nos pudéssemos dar ao sublime sem luxo, puro luxo!
Lixo? Deitar fora a literatura? Não há lei? E a leitura?...
Bicho, o leitor, ficaria sem comida! É essa parte de mim que alimento durante a escrita...
P.S. Terei conseguido falar com (a) Literatura? Há, ou dá, sempre (a) leitura...
Abraço!(a quem der os braços)...

3 Comments:

Blogger Cerejinha said...

Rosa!

segunda-feira, fevereiro 14, 2005 9:57:00 da tarde  
Blogger Cerejinha said...

Um abraço não se recusa!

segunda-feira, fevereiro 14, 2005 11:19:00 da tarde  
Blogger Francisco Coimbra said...

Um post, dois posts? Vou postar dois posts num: "um caso/ rosa"

terça-feira, fevereiro 15, 2005 8:25:00 da tarde  

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