domingo, abril 24, 2005

circo

Andei no arame - enquanto saltitava nos teus lábios, saltei para o trapézio - e foi o programa completo!
Hoje adoro este silêncio culpado dum regresso continuo às origens onde penetro a porta de entrada para o mundo, em ti e todas as mulheres, o outro lado nosso de ser por inteiro.
A minha emoção tem a duração dum poema; ando agora a ensiná-la a escrever um texto onde a rosa seja a prosa, aspiro-a... Fluímos no nosso a_roma amor_a... Faço percursos no interior das palavras, elas, mais uma vez, o teu corpo.
Tua resposta foi a resposta que eu merecia, nada. Tranquilo, deixei o silêncio tentar falar comigo. Primeiro é preciso alguma prática, depois a coisa acontece naturalmente.
Estou a falar de quê? Ingrato contar das conversas com o silêncio, ele deve ser macho ou fêmea... Deve depender de quem fala com ele, já que não é pessoa. Certo é imaginei-o ela, a masturbar-se, enquanto lhe contava nossos números.
Depois ela abraçou-se enlaçando-me com braços e pernas, sentando no meu colo e deixando o caule no meu colo enraizá-la, realizando-a por dentro e por fora. Durante muito tempo... tentámos bater o recorde mundial do beijo. Quando ela, o Silêncio, se agitou num orgasmo estridente... Atendi, eras tu ao telefone.
Contei-te o que tinha escrito, agora continuo o conto. A ti contei o antes, agora conto o depois. Com este prazer dos fazer aproximar, ante e depois, enquanto a cobra Orobóros devora a própria cauda!
Amei a nossa conversa ao telefone, relembrar os Cavalos Também Se Abatem... Deixando a nossa conversa ser tão literária que quando combinámos virias provar mais do mesmo, parecia estarmos a falar dum filme também ele conhecido e a rever.
Agora, enquanto não chegas, esgalho uma punheta no galho alisando a pele do dito para o poderes saborear a quente, inchado e urgente! Túrgido como um troglodita dita uma poesia de carne sem a cozinhar primeiro ao fogo lento, onde me consolo neste fase evolucionária da humanidade!
Chegarás e o conto acabará onde for... Chegaste depressa, não me dês pressa, isso, começa já, isso!..., enquanto acabo esta conversa.
Ah!, e ainda tenho um conto para acabar de passar. Vou é dedicar-me à verdadeira escrita, o resto... é conversa.
Bom, cada um cria a sua própria bitola, a minha procuro tirá-la da tola e não é tola, não pretende ser ideia a minha ideia. Fica como é, uma intuição, uma intenção, a procura da verdadeira dimensão a dar a cada conto.
Nesta fase experimental da nossa relação, quiseste-te deitar sobre as minhas costas. Enquanto eu adormecia, tentando alhear-me do calor do teu corpo incandescente onde acabara de largar chispas, largando lava do vulcão mais portátil do mundo, heis que começas a imaginar coisas...
Bolas!, é isto, é este o final!, terminar onde tudo começa de novo.
Começamos, recomeçamos, na verdade nunca acabamos! Só a satisfação dita o prazer, é preciso não ter pressa conhecendo, isso é importantíssimo, a vertigem: uma pressa expressa sem outra noção.

1 Comments:

Blogger blimunda said...

será desta que vou continuar...do outro lado do fio ( pode até ser o título, não?), bj assim

segunda-feira, junho 27, 2005 7:44:00 da tarde  

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