terça-feira, janeiro 25, 2005

no conjuntivo

Façamos um diário quando já desistimos do fazer, os dias nas palavras não escapam ao registo de letras associadas entre si como moléculas dum corpo onde, levantando o testo do caldeirão da escrita, temos o texto.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

sem dúvida

Hoje senti saudades do meu próprio blog e resolvi fazer um comentário a coisa nenhuma ou escrever outra coisa qualquer, entre uma possibilidade e outra, escrever esta possibilidade de estar vivo sem qualquer espécie de dúvida a não ser qual possa ser a espécie da Dúvida, a substantiva, a mais substancial de todas. Não trazendo nenhuma, com nenhuma fiquei, continuei entregue a tentar fazer um raciocínio sobre probabilidades. Considerei dispensável, limitei-me a estes limites no aquém.
Decidi passar além, seguindo o mesmo inefável sentido de orientação seguido até aqui: escrever o que estiver escrito depois do dito estar dito, tido. Jogar no interior das palavras o destino das letras, disse.

quinta-feira, janeiro 20, 2005

dia 23

quarta-feira, janeiro 19, 2005

dia 22

à parte

Se visitarem Fora do Mundo, podem encontrar: A parte
No metro, um frustrado sexual encosta-se a uma frustrada sexual (ou vice-versa), que lhe diz: «Muito obrigado pela parte que me toca». [P.M.]
posted by p @ 7:00:24 PM

ver

Gosto de ler “Eu noutra versão”, seguir um link e encontrar... outro blog. Também gosto de ser um conjunto de “versões” cuja trama se trama... dentro do “Perfil Completo”, View my complete profile, (n)uma diversão múltipla.
Também gosto de escrever um comentário “Sem mitus”, transformado em “1 Mitus e Lendas”? É uma experiência...

da arte

Da arte de conversar nada, improvisação distraída, à maiorida-de de um blog múltiplo: surpresa e certeza de leitura boa!
http://vertoblogando.blogspot.com/2005/01/abrigo.html
Olá, abraço.
Acabei de ler o teu comentário a este “diário”, só faltam os s_eco_s e tentar não esquecer o g do blog...

terça-feira, janeiro 18, 2005

dia 21

verruga

Se tão cedo atingiu a maioridade, a senilidade lhe será conferida com grande leviandade! Não é praga, nem prega, aliso o tecido da ideia, não tem qualquer ruga: a afirmação tem a vocação de verruga! Dedicar-se-á a ser... sinal?

sentença

A persistência é uma ciência prática, feita de exercícios precisos como juízos onde a mesma decisão fica como sentença definitiva: o blog hoje atingiu a maioridade! É uma decisão digna da minha persistência, farta de juízo, verdade seja (a) dita.

missa

Se é certo que a vida é breve e a morte lhe sucede, também é verdade haver no amor uma constância vi(n)da da Fé. Falar da imponderabilidade tem fácil desempenho, peço como objectivo outro objecto, ligado ao Amor por certo. Lembro a Mitologia que cria nos deuses dos quais se fazia, às explicações dando história, fantasia. Sejas tu meu objecto e o amor, sem asas, não mais que um projecto! Quanto à fé, logo pela manhã, desperto-a em mim, ainda antes do café. Querer? Crendo? Crente como toda a gente, aceito a glória do medo, o império da dúvida e as pequenas certezas de coisa nenhuma. Canto o amor e amuo se não suo, o que me leva a pedir ajuda para tão afoita missão onde cada missa [miss(iva)] nos dá a remissão dos pecados, celebrando a confissão dos corpos. Ámen!

porta

Só saiba dizer alguma coisa quem não saiba dizer nada, por aqui está tudo dito! O infinito abriu uma porta, as janelas são dos olhos, a alegoria é uma alegria! [ale(go)ria...] Quando esta mulher escreve, ninguém percebe o que quer, isso é o que lhe é deixado sem recado algum: a música ecoa no silêncio, é possível amá-la à distância. Sentir a boca, cada boca, o corpo, a visão mais louca! Nada é excessivo, o excesso está esgotado depois da ter amado!

abrigo

Abrigo em mim um “obrigado” para ti...
... uma aberta, qualquer coisa, “uma coisa esperta”... Ser aéreo, mesmo como sinónimo de distraído, é bom... recria um tempo onde a improvisação é um versão melhorada duma “conversa sobre nada”: estas coisas sérias que se dizem a brincar, fazendo lembrar coisas de brincar que há quem diga sério!
Qual a minha opinião sobre quem diz a sério coisas de brincar, “deixa-os poisar”... Sei lá! Deu-me para “fazer conversa”, coisa da treta... como se diz dalgumas conversas.

sem teto

As palavras tocam, se as palavras são o teu corpo e toco nas tuas palavras, toco-te. Mas, é algo de muito íntimo, talvez até demais, tocar palavras alheias. Só que não gosto de deixar as palavras “alheias” quando por elas me deixo tocar...

Eu vou falar duma coisa que, a ser verdade, não é mentira. Eu gosto de ser fiel, mas não fiel de armazém, nem fiel de balança. Exactamente, fiel como se pensa quererá dizer uma pessoa que se diz fiel. No entanto nem todos os gostos satisfazemos por igual, muito menos da mesma maneira. Assim sou em relação à fidelidade, fiel a esse gosto, gosto.

Disse que isto é literatura..., porque é..., litera(l al)tura dum prazer da escrita que nasce no prazer de escrever e tudo suplanta! Eu estou a escrever para ti, para comunicar contigo, mas já não..., estou a falar com as palavras e..., por aqui ia... quando a fidelidade era tema. Agora temo já não seja, pragmático:
vou jantar. E, mais logo..., acabo por usar isto como um texto, um te(x)to de céu, uma abertura... Nuvem húmida passa, um beijo.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

dia 20

comentário

# eu e os outros 8
há, no entanto, aquele momento fugaz, improvável, em que me sinto nua perante o outro, o quase desconhecido. nem tanto porque ele me lê, mais porque ele me toca.
# posted by Carla de Elsinore

Se fosse preciso, desnecessário outro motivo para conhecer desconhecidos, desde que saibam ler... por aqui!... rs
Assim 01.12.05 - 3:41 pm #

Acho que fiz bem em terminar num riso sem vogais, entregue às consoantes do riso. Mas parece insuficiente dar a ler sem mais leitura, regresso onde ainda não passei por completo, vou tentar ler... há, no entanto, aquele momento fugaz, improvável, em que me sinto nu perante o outro, o quase desconhecido. nem tanto porque ele me lê, mais porque ele me toca. O texto é o “outro” e revela-se “toca” que quero deixar inviolada, meu é mesmo um comentário desnecessário: a sua única validade, as palavras precisarem de sujeito e es_se ter sido e poder ser: és_se...

revelação

Manhã. Exercício de escrita: crianças num parque infantil.
Fotografia: uma criança em cima do escorrega, parada, sentada, as pernas na rampa. Não pode escorregar, iria aleijar outra que já desceu e está sentada na saída a apertar um sapato. Mais duas crianças, estas num baloiço de tábua apoiada num eixo central. Cena idêntica: uma em cima, outra em baixo. A criança mais forte senta-se quase no chão, na sua extremidade da tábua, de saias. A outra está suspensa, calma, olha para o escorrega. Apenas no baloiço suspenso duma trave o movimento não pára, é uma quinta criança. Este e os dois primeiros, aqueles; aquelas, as segundas.
Noite. Observo a foto digital; vou revelar, foi hoje.
http://desafioescrever.blogspot.com/2005/01/exerccio-11-crianas-em-aco.html

domingo, janeiro 16, 2005

dia 19

breve

Ontem não vim, estou hoje. Venho na brevidade das palavras, breve. Deixarei o dia de ontem, mesmo assim... Vou passar um poema d’ontem, d’hoje farei o mesmo... Ah, deixo uma resposta que vou deixar...

Com sentido
e com sentimento,
consentido
com consentimento...

“Que fique
muito mal explicado”...

(a explicação está num comentário de antes-de-ontem)
Hoje cheguei aqui seguindo o aviso com teu comentário, agradeço.

sábado, janeiro 15, 2005

dia 18

sexta-feira, janeiro 14, 2005

dia 17

a_postar

«SEM SENTIDO...AINDA...
O menino amuado. O duplo, obrigatório o único e o exato. O trajeto, o alvo a ponta da seta. O figurado metafórico abstrato. Os cinco através dos quais o mundo chega e o sexto que desafia o estrito. O amplo. O comando e os que se perdem se a cabeça por acaso encontra a pedra. Todos e nenhum! Cem sentidos sem sentido...ainda...
»

http://www.noliv.blogspot.com/

uso o centésimo sentido “sem sentido... ainda...”, também ele a dizer: gostei! Ah, "o centésimo" me decidiu a postar...

quinta-feira, janeiro 13, 2005

dia 16

São Paulo

São Paulo

metrópole
cidade do mundo
um verso a galope
sem significado no fundo

Parabéns!
pelos 450 anos
aqui apenas representados
por uma breve quadra enquadrada
com esta quintilha a servir de quilha

e “o grau zero da escrita” como zero


Adicionado em: 13/1/04
Autor(a): Assim Mesmo
Dados geográficos: Brasileiro nascido em Portugal, heterónimo
E-Mail: assim_mesmo@yahoo.com

interprete(m)

A Poesia, formalmente, é um jogo de palavras onde alguns se tornam poetas (como aos pontapés outros se tornam futebolistas). A realidade da poesia transcende a Poesia, também na Poesia a poesia é o máximo da nossa representação do mundo: é nela, dela, com ela, que conseguimos ir para além da imaginação, da razão e do sonho, interpretar a melodia de que nos fazemos... não autores e sim, intérpretes!
Sou um poeta como muitos outros, não quero ser poeta como mais ninguém: a arte não é um profissão, a não ser... de fé. Não sendo profissão, é (uma) profissão de Fé!...

quarta-feira, janeiro 12, 2005

dia 15

publicidade

http://geocities.yahoo.com.br/tempo_de_arraia
Limito-me a tornar aqui publico um livro que, mesmo lido a correr..., acho não devem perder.
Um abraço para o autor que não conheço, mas presta uma homenagem à terra, à vida, ao Homem. O que só é possível quando o próprio autor se fez actor, conseguindo, como é o caso, dar humanidade ao humano. Meu mano..., humano eu,
abraço.

poesia

Indizível,

Eu sei
que o teu
coração não é
um fruto seco!
mas é bela a tua
bela imagem: noz!

indízivel II

Indizível escreveu(-me) um comentix!...
http://poemas-nus.blogspot.com/2005/01/razo.html

(in)razão

razão
tenho eu, em
... não desesperar!

e DUPLIX:

indizível / dizer

quando palavras / se faz(em) emoção
dizem menos que silêncios, / o(s) som(ns) contido(s)
abre-se a noz: coração. / repercutindo 1 plural! Sol(is), voz!

razão possível

Vou partir, parti. A intenção precede-me, sigo-a. Ela já não está aqui, já é, já foi. Eu fiquei um pouco para trás, para escrever para ti “as razões possíveis”. Não existem, só razões impossíveis aceitei, esta é uma delas: explicar-me.
Não sou eu que te deixo, foste tu que me deixaste e deixas-te..., ficas. O que havia entre nós estava reduzido a palavras, agora aumenta. Pois escrevo-te como quem faz um exercício, um longo exercício para quem ainda está aqui quase no princípio.
Apetecia-me falar-te de princípios e fins, seria imprescindível para dar uma dimensão ética ao caso. Quem sabe? Talvez lá chegue, mas não é o meu ponto de partida, nem de chegada. O talvez é inerente a uma hipótese, não mais provável que um talvez.
Escrevo para, da nossa companhia, deixar um despedida. Isto seria o meu desejo, fazer uma despedida. Dá para motivo, embora não tenha aqui princípio e o deixe sem fim, infinito. Gostaria de ficar, deixar estas palavras, em tua companhia.
Nunca as tuas palavras foram menos que uma boa presença, das minhas junto a ti não tenho más recordações. Certo, sou distraído, pode a distracção trair alguma memória que aches deveria ter e não tenho. Tanto quanto me lembro...
Tanto quanto me lembro, quero saibas como calma e repousante é esta conversa. Ontem não a acabei, aqui a recomeço. Espero assim a consigas sentir, à leitura, como uma conversa com estas palavras deixadas passadas no teclado.
Dito deste modo poderia dar a impressão errada de estar a transcrever, a passar... Estou a passar por elas, enquanto as tenho passando as mãos pelo teclado. Com algum automatismo, até já me consigo abstrair e observar escrevendo.
Tu reparas em tudo, reparas em tudo que reparas, reparas em muita coisa, tudo em que reparas são todas as coisas, todas as coisas em que reparas. Eu sempre reparei nisso, repararmos é irreparável, nem conseguimos parar. Não pares...
Gostaria de ficar, deixar estas palavras, em tua companhia. Se releres, escrevi isto. Reli e acho devo escrever sobre isto, não quer dizer nada. Tudo o que estive entre_tido a escrever foi para ti, é para ti, não me sinto tido nem achado.
Deixei-te como quem abandona o berço que me viu crescer à nascença, seguindo uma ideia de Pessoa, fosse ela qual fosse: aprendizagem directa! Traço da linha recta as curvas de tempo no debruar do espaço, circundando o interior!
Contigo sempre me escrevi em versos, deixo agora parágrafos como versos. Como te disse este exercício não passa disso, não corresponde a uma verdadeira necessidade. Venho despedir-me porque me vou embora, embora apenas vá... embora.
Nunca te direi adeus, deusa! Quando te esquecer, o que em mim eras tu, ainda serei eu, mesmo se isso é impensável. Permite este pensar retirar às palavras toda a poesia, tornar um tornear de ideias este dizer, sabê-lo como o sei: inútil.
Fazer uma despedida sem resposta, seria o meu objectivo vazio como um vazo vazio. Se não quero que me respondas é porque me é indiferente o que possas dizer, o que será sempre falso. A falsidade é uma idade que não tenho, nunca tive.
Nunca se diz adeus a uma musa, uso, abuso, usa, abusa... É empírica toda a teoria, sempre soube de ti tanto como sei de mim, sei tudo... Acabo por escrever para todos os outros, aqueles a quem pudesse dar este texto a ler, este exercício.
Gostaria de levar a sério esta ideia, escrever para os outros escrevendo para ti! Acontecem coisas estranhas a quem é capaz de entranhar a estranheza, a quem dela se desentranha fazendo poesia, essa coisa estranha... tudo isto: sit(i)o do tu...
Se não és tu a Indizível que se tornou invisível, é visível que o invisível é - a única coisa verdadeiramente visível - da estranheza, onde estranha se cruza com beleza! Obtendo, por aglutinação, toda a palavra que (a.) compõe a estranheza.
Está a acabar a página, adeus beleza! Adeus deusa! Adeus deus - duma dualidade - da nossa realidade: tu e eu! Teu.
Razão possível, ver http://poemas-nus.blogspot.com/2005/01/razo.html.
Verhttp://desafioescrever.blogspot.com/2004/12/exerccio-9-carta-de-despedida.html

terça-feira, janeiro 11, 2005

dia 14

à procura da poesia

Contar um conto que me entrou para as unhas ou se entranhou na alma ou está a estranhar o corpo e tem a história duma ideia para um poetrix, concebido como modelo aprendido e praticado. Tudo isto estava eu pensando olhando para o mar, bebendo um coco, deixando as ondas chegar até aos pés, rodear a cadeira enterrada na areia e virar caipirinha fresca, servida agora mesmo duma boca amiga fazendo gracinha, e, peguei na primeira palavra para o meu poetrix: servida...
Depois de começar a maior parte das coisas que vêm com emoção não podem parar, senão acabam sem chegar ao fim. Vou tentar apanhar a onda da ideia, mas é o corpo da amiga que encontra a “veia” que dizem ser necessária ao poeta, artista, criador, poetrixta incluído nesta lista...
Ser vida, sim foi por aí, a palavra a de-com-por-se para mim, servida! Sim, ela falou para mim, mas agora quero ouvi-la, mas entrou para dentro da memória... Deixei de olhar o mar e a amiga, para vir escrever um conto onde seja capaz dum canto, breve, um terceto formando quarteto... Mas, durando a actuação instrumental ainda em fase de afinação, temos: imaginação, memória e ilusão. Os outros instrumentos também são necessários, na intuição de ritmos aqui trabalhados por estes, sem esquecer nenhum outro.
Vim até casa, sento-me ao piano e teclo, as teclas do PC respondem dando letras e sinais, pontuando no écran a imagem viva duma música cursiva “à procura da poesia”. A memória afina sempre pela atenção, um diapasão precioso. Está no entanto na altura de limpar o registo, criar uma branca e preparar-me para saltar um hiato.
...“e ser [sangue e] vida em mim...”, Florbela Espanca

flor_bela

Espanca disse
a poesia a “ser...
vida em mim”!

Fica um vazio tão nítido, como sentir a morte: sentir que nada mais se sente, o momento esgota-se. Os dedos equilibram as unhas, as mãos equilibram os dedos, o equilíbrio prestes a desequilibrar-se. Está feito um poetrix? A certeza, incerta insere-se na conclusão como uma concussão, uma pancada a deixar um hematoma: toma! Confuso e contuso, vou procurar a amiga..., conduzo o conto daqui para fora.

desafio: escrever

Há experiências que temos de vencer sozinhos, esta é uma delas: o exílio, desculpa-me...
Assim
http://desafioescrever.blogspot.com/2005/01/exerccio-10-telegrama.html

segunda-feira, janeiro 10, 2005

dia 13

Assim "said"...

Neste blog não me avisam, ainda, quando recebo comentários. Vou ver se sei solucionar... Era uma pena deixar de ler o indizivel prazer anónimo que, também eu, não sei como dizer...
http://poemas-nus.blogspot.com/2005/01/ai-lamurias.html
Apaguei este comentário: o indizível, só por definição é indizível, prefiro não ir pelas definições que tornam finito o infinito. Mesmo que o que digo nada queira dizer, acho bonito... Quem sabe Indizível te possas dizer?
Seria uma prazer.

domingo, janeiro 09, 2005

dia 12

sábado, janeiro 08, 2005

dia 11

indizível

Será este um prazer merecido? Só mesmo um desconhecido, não eu, faria esta pergunta. Deixo os dados da questão...
http://poemas-nus.blogspot.com/2005/01/ai-lamurias.html
Foi uma experiência curiosa seguir a sua ligação...
As palavras a fugirem marginais, a vagina duma ideia aberta, entumecida e quente, dela escorre um prazer urgente: entro urgente e saio gente... Urgiu dizer isto, Indizivel!... a.?

sexta-feira, janeiro 07, 2005

dia 10

oficina II

De manhã anotei no caderno:
Combater o excesso de testoster_ona e ser: um anarquista organizado!?!
Pensei transferir uma prosa, escrita no inicio do http://www.poe-tri-x.blogspot.com/ para este e apagar um post com link para o blog poe-tri-x, por ser uma experiência mal sucedida de falar em prosa da poesia, mostrando-a desse modo, rebatida em prosa. Deixei ficar...
O texto que escrevi ao iniciar poe-tri-x, passei-o para vertoblogando com a sua data:
condição necessária, 02:15 AM, 27 Dezembro 2004.

quinta-feira, janeiro 06, 2005

dia 9

navegação na/da escrita

Em questionando o amor destaquei a itálico mim e ti/ mimetismo, a ideia é que as coisas têm de lá estar, mas cabe-nos a nós mostrar. Esta verdade é mentira, cabe-nos descobrir, intuir...
Isto é válido para todos, leitores que somos.
Digamos não ser só a intuição, também ela. Hoje estive a fazer coincidir cada post “diário”, como sendo o último do dia. Deste modo, cada dia começa/acaba com o “diário” do dia.
Com isto quero dizer que todos os dias, a última coisa será fazer coincidir o “diário” com o minuto seguinte ao último post. Como se, um cão, levantando a perna, marcasse o seu último poste territorial, naquele dia.
É um diário sem texto, ligações apenas, remetendo para textos escritos ou transcritos: navegação nada escrita.

oficina

No poema ser, «sendo, sido...», substitui uma exclamação por reticências...
Saber o que está bem, deve ser... sentir o que fica melhor. E isso varia, até “ferirmos um momento para a eternidade”! Por exemplo, encontrar a “imagem” para uma ideia, um verso...
criar
(in)completo
gerar, gerir, germinar..., em germinar deixo ficar:
gerar, germinar... e apercebes: (a)percebes, plenitude!
Um momento onde entrando ficamos - eternamente, estando para sempre - completos!

quarta-feira, janeiro 05, 2005

dia 8

resposta2

que tal assim?
o blog só aceita comentários de quem está cadastrado ou como anônimo.
assinarei.
a.

Costuma escrever? Digo, tens a escrita como um hábito que habitas de forma pessoal? Qualquer pergunta, como esta, é uma forma de perguntar quem és.
Estive a arrumar o “ambiente de trabalho”, fotos e outros factos, actos... Encontrei um poema, meio lamecha, vou deixar nos POEMAS NUS. Acrescentando um verso, uma espécie de epígrafe: gerar, gerir, germinar... [e no POETRIX um que escrevi no último dia do ano e agora “posto”, farei post.]
Há textos que nos surpreendem, até (o) ser nossos... nossos ossos...
O texto que comentas-te, surpreendeu-te? Já me lias? Como descobriste?
Acho que nós nos revelamos para a escrita e a escrita nos revela, uso as mãos... procurando - no ar - uma expressão... para a qual as palavras parecem não ser suficientes. O gesto é inconclusivo, um mimo... sem saber o que dizer... Mimo essa mímica anímica e continuei, vou escrevendo.
Uma das fotos que guardei, sou apenas eu... apanhado de surpresa. Sou apanhado..., olho... sobre a mesa...
Gosto destas frases... que querem dizer... o que dizem, gosto da autonomia das palavras, poder absorve-las, observá-las.
Duplamente agradeço! Até para e por poder pensar, devo pensar... que também sou lido.
Dou a ler a tua escrita, como se a tivesse também “escrito”, para poder responder a ler/ a ver... Imagina, imaginei, comecei e agora acabo... a.

terça-feira, janeiro 04, 2005

dia 7

resposta1

De certo modo, estava à tua espera desde que escrevo o b-log. Recebi o teu comentário nos “comentários”, lendo-o em email entregue, filtrado..., na lixeira do meu mail. Quase nada tenho a dizer, leio-te como escrevo. Tudo o que escreves eu poderia ter escrito, se fosse outro, ora...
Numero a minha resposta, todas as que te for dando serão uma continuidade. Como saber que te respondo a ti?... Assina Anónimo, Anónima?... para mim. Mim agradecerá, se quiser, não faço apresentações. Obrigado, agradecido, apreciado..., apreciei!
Comentando: http://vertoblogando.blogspot.com/2005/01/cartas.html
A minha ideia da numeração, é um convite.

cartas

duas cartas sem tempo
Muito tempo passou desde a minha última carta manuscrita, seja esta uma surpresa para os dois. Não estranhes a minha simplicidade em levar tudo a sério, acredita, ainda não tinha visto a água a correr nas costas da fotografia onde apareces com a mangueira passando entre as pernas, antes da água te molhar. Não a ti mas à imagem que me enviaste e para mim és tu…
Seria sem lógica querer explicar com lógica o fenómeno bacoco da minha credulidade crente, em tudo te vejo, mais que me deixar iluminar por ti, encandeias-me! E agradeço-te, sou muito mais feliz assim. Quanto à foto onde a língua saboreia à “sombra” da cabeça que não me deixa ver entre as tuas pernas, podia ser eu!
Curioso, dizer o outro lado “sombra”. Ainda para mais sendo o “outro lado” o rosto na cabeça, e, a língua a afundar-se, exercer uma função inovadora, sem sombra e sem sobra: obra… Obra traduzir este significado, exactamente onde ficamos dentro delas… fecundas aberturas de todo o conhecimento.
Também não esperes que use aqui a língua, sóbrio visito as so(m)bras… Mergulhei de cabeça nesta ideia de te escrever para me surpreender, segura-me na cabeça enquanto…
hoje
Quando olho para ti
surpreendo-me
com o pau na mão
em súbita excitação!

Começo a acariciá-lo
enquanto te conto
ter voltado
ontem

e
para
meu tesão
tu me beijas

e
ficamos nisto...

e... quem deseja acabar?

A minha cara de surpresa fica aí, olhando por cima duma mesa...
Sim, continua... Em breve te darei meu leite, derramado em tua boca, para ser mamado. Quente, escorrente, potente, meu pau te erga e te converta em puta soberba, cabra enrabada, onde deixo minha piça entalada, gozando teu cu, minha querida!

segunda-feira, janeiro 03, 2005

dia 6

domingo, janeiro 02, 2005

dia 5

heterónimo

Ser outro é estar para lá da ordem natural das coisas, é ser parte com a imaginação. Não há mais nada a dizer, nascemos do vazio do mundo. A poesia é a única sombra, uma sobra remota de nenhuma coisa em particular, de tudo no geral. O amor é a única coisa que sobra e não é sombra, só isso temos para partilhar. E não há outro lugar no mundo, só temos o corpo. Inventar as palavras não é um invento, é um veículo. Levas-nos de toda a parte a toda a parte e, no entanto, sabemos que só o corpo nos pertence: são assim as palavras dum heterónimo, sombras, sobras, obras. Não vale nada, sem outro corpo. Por isso, heterónimo ou não, só há uma possibilidade real: escrever para os outros e, claro, eu escrevo para ti. Não te posso imaginar um homem, todos são outros como eu, não te posso imaginar uma mulher. O que fica, deve ser a tua ideia em mim, és tu: a mulher. Nada disto é trágico, estamos para lá da tragédia, é um teatro novo: a invenção. Nem pensar em encontrar, os encontros fazem parte do mundo como as palavras. As minhas palavras saem do mundo, são mundo, tu fazes parte de tudo: és para mim um mundo no mundo e, sobre ti, sou mudo, mudo…
Da imaginação em cima de todas as coisas, até todas as coisas em cima da imaginação, seria um título para este dizer, porque não dizer apenas: heterónimo! Como quem grita: − Eu sou Gerónimo! Mas, sem gritar, apenas: heterónimo.

Fazes-me falta
como as coisas,
aquelas inventadas
e depois esquecidas,
coisas que gostaria
de ter de novo: poemas

Tu és o meu poema
e, isso/isto, talvez seja…

trágico

heterónimo + trágico

Heterónimo trágico? Creio que não, sabe-se lá? Até aqui, nem por isso, nada disso.

sábado, janeiro 01, 2005

dia 4

Imaginar-te/ tira-me o ar

És uma potra, uma éguinha, uma potranca!
Ver-te a correr à beira-mar deixa-me sem ar
para respirar a normalidade que fica
imprópria para consumo, a escorrer
a lascívia da minha excitação: depravação!
Nada mais imbecil que ser inútil…, assim
talvez não, mas silenciando, como não?

Aqui tens um poema que nunca poria no blog, há aqui realidade suficiente para que me afogue! E eu não imagino, vejo, oiço, sinto... desejo!

amor

Se explicasse o que quis dizer com o poema que acabei de escrever, começaria por to ler, reler, dizer… as palavras uma por uma, saborear a areia da praia… ser espuma. Não há explicação possível para um silêncio que nos ensina o canto e o encanto, a magia dos sons. A física da escrita não existe, Amor, o que existe és tu.

halografia

Há uma diferença importante entre uma coisa que existe e uma que não existe, numa “alografia” existe um erro que é uma marca pessoal, única e inimitável!... Agora num halo a tua imagem iluminada é dança, a halografia é uma criança para a imaginação... onde te chamo: chama!

beijos

Deixo que o dia comece sem me deitar, é o Ano Novo! Continuemos com Eros a influenciar as virtudes do conhecimento entre os sexos, nossa diferença, nossa mútua atracção. Continuarei a contar uma história… para gente com imaginação, sem necessidade de enredos, grandes enredos: o prazer e o gozo!
No barco vc é uma jovem a sonhar, tua inocência me faz vacilar, adorei o teu gosto de seleccionar tão singela foto, duma simplicidade sem par! A cor da camisola, o desenho do calção e como não notar o contraste com as costas ao léu, sua outra foto que veio junta, desfocando um pouco para deixar a ternura com tremuras, vendo teu corpo todo nu. A mancha da cabeleira, em tuas costas. Gostei, amiga.
Começo pelas costas ao léu, no barco vc ficará para sempre na memória duma infância do nosso relacionamento que não chegamos a ter. Poiso, apenas meu braço, nos teus ombros. Aconchego-te sob esse afago, olho contigo o horizonte. Sinto a agradável temperatura do teu corpo fluindo no ar com teu aroma, a ferir-me em feromonas mansas, nosso prazer é aí feito de cumplicidade e simpatia, nutrida por um prazer comum por tudo, por estar ali…
De costas ao léu vc tem de pedir, ajoelhar primeiro, abrir minha carcela e deixar sair o bicho por essa cancela, hoje nada te direi! Mas a verdade é outra, vc deitou distraída e sou eu que entro na foto. Não a mandou, é o acaso e o destino a mandar em nós. Vai dar ao mesmo, não te direi o que farei, sem vc primeiro ajoelhar… Beijos, como e quando… calhar.

bom ano novo!

Cá estamos no ANO NOVO, espero por ti, com meus votos de feliz idade!